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Esporte e Ação

GS Trophy: it’s not a race!

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Por Rosa Freitag

O GS Trophy é uma competição para proprietários de BMW GS que curtem pilotagem offroad. É a quarta vez que o Brasil participa, e nas seletivas nacionais será definido o time de 3 brasileiros que irão para a Nova Zelândia, em fevereiro de 2020, competir com equipes de mais de 20 países, com tudo pago pela BMW. E mais duas brasileiras irão para a Espanha ainda este ano para a seletiva de equipes femininas internacionais. Ainda é possível se inscrever para participar das regionais em Pirenópolis-GO ou Urubici-SC, em agosto, e a final será em 15-16 de setembro em Socorro-SP, no evento BMW Motorrad Days.

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Minha trajetória no Trophy: seletiva International Female Team 2015

Em 2014, em um encontro do grupo F800GS Brasil, em Joinville, conheci o Trinity e o Frazão, que integraram equipes brasileiras do Trophy do Canadá (2014) e Argentina (2012). O Trinity estava montando em sua fazenda uma pista para treino dos exercícios típicos do Trophy, e eu estava empolgada com a estreia da participação feminina na competição. O grupo BMW GS Girls no Facebook reunia mulheres pilotos de GS do mundo inteiro e a administradora, a sul-africana Jolandie Rust, primeira mulher a se tornar instrutora offroad BMW, foi a responsável pela organização da primeira seletiva feminina mundial. Para participar, era preciso enviar um vídeo demonstrando habilidades de pilotagem offroad de GS, e 10 mulheres do mundo inteiro seriam escolhidas para disputar 3 vagas na equipe feminina internacional que iria para o GS Trophy na Tailândia em 2016.

No início de 2015, comecei a treinar na pista do Trinity, e era tudo novidade: gangorra, tronco para passar com a roda dianteira de um lado e a traseira do outro, exercícios de controle em baixa velocidade e de embreagem, tais como segurar uma corda com a mão direita e circundar uma árvore, além da garagem – o exercício mais técnico, que requer muita habilidade no contrapeso, dando batente no guidão (e também no pescoço, olhando para onde quer ir) para esterçar inclinando a moto no limite, sem por o pé no chão. Além de areia, brita, lama, subidas, descidas e todos os obstáculos comuns no offroad. Conversei com o organizador do Trophy do Canadá, que sugeriu que eu mostrasse no vídeo que sei trocar pneus, levantar uma GS 1200 (o modelo oficial do Trophy 2016) e rebocar outra moto.

Tive pouco tempo para treinar e produzir o vídeo, usando duas GS 1200 alugadas, e a maioria dos exercícios estavam longe da perfeição, mas mostrei que sou esforçada e apaixonada pelo assunto. Se você quer conhecer o que precisa treinar para tentar se qualificar, assista!

Criei o grupo GS Girls Brasil, e março de 2015 organizei o “GS Girls Trophy Day” para apresentar a outras mulheres aventureiras o espírito do GS Trophy. O Trinity e o Frazão coordenaram um “mini Trophy” feminino e foi uma experiência sensacional!

Quando recebi o email, em julho, informando que eu havia sido umas das 10 selecionadas para ir em setembro de 2015 para a África do Sul, representando o Brasil na seletiva do International Female Team para o GS Trophy 2016, enlouqueci… resolvi vender minha maravilhosa Triumph Scrambler 2006 para comprar uma GS 1200 2009! Continuei treinando no Trinity e fiz o curso Offroad da BMW, pois queria fazer bonito para honrar essa oportunidade! Participei da seletiva em Brotas (primeira mulher a participar de uma seletiva no Brasil) – as provas foram difíceis e a moto para todos usarem no circuito de habilidades, uma F800GS, era altíssima para meus 1,60m. Mas valeu para fazer e fortalecer amizades!

A GS 1200 é uma moto mais fácil de controlar no offroad em baixa velocidade do que a F650GS bicilíndrica ou G650 XCountry com as quais eu estava acostumada. Ao embarcar para Joanesburgo, me senti mais confiante para enfrentar os desafios que viessem.

Chegando lá, foram dias de sonho e de muita luta entre passeios e desafios nas pistas do Country Trax, o maior centro de treinamento offroad da BMW no mundo! O lema do GS Trophy é: “It’s not a race (“não é uma corrida”), e um adesivo com essa frase estava no lado interno da bolha da GS 1200 2015 zero que cada uma das 10 participantes recebeu. Cada moto estava adesivada com o nome da piloto e bandeira do país. A Jo Rust e o lendário Tomm Wolf (ou “Mr. GS Trophy”), o idealizador de tudo isso, nos acompanharam em toda a aventura. Não consegui me classificar para a Tailândia, mas fazer parte desse grupo seleto e pioneiro foi incrível. Voltei motivada para continuar aprimorando a técnica e tentar novamente em oportunidades futuras. Relato dessa experiência aqui:

https://www.beemer.com.br/its-not-race-gs-trophy-female-um-relato-por-rosa-freitag/

Seletivas no Brasil para o GS Trophy 2020

O Brasil não participou do GS Trophy em 2018, na Mongólia. Fiquei decepcionada com essa decisão (é opção da subsidiária de cada país), pois pela primeira vez as seletivas nacionais, em 2017, incluíram a categoria feminina.

Em abril deste ano, veio a surpresa de que o Brasil participaria do GS Trophy 2020! Eu consultava frequentemente o site oficial, e já achava que, mais uma vez, não teríamos essa oportunidade, pois muitos países já tinham anunciado e realizado as qualificatórias. Aqui o site oficial:

https://www.bmw-motorrad.com/en/experience/stories/adventure/gs-trophy-2020.html

O Frazão fez palestras em concessionárias em todas as regiões mostrando como é a experiência, nas seletivas nacionais e na participação das equipes internacionais nas diversas edições do GS Trophy. A competição internacional é uma viagem de aventura, com alguns desafios pelo caminho. É o prêmio para quem conseguiu se classificar. Além da viagem, cada participante também ganha da BMW todos os equipamentos para pilotar e acampar durante o evento.

Como foi a seletiva em Cabreúva-SP

E foi hora de “enlouquecer” novamente! Com as 2 motos BMW presas em La Paz (oportunamente conto essa história), comprei uma G650 XChallenge e eu mesma troquei a suspensão, fiz a revisão e rebaixei o banco, aplicando os conceitos que venho adquirindo no curso de mecânica na Escola Mestre das Motos http://www.mestredasmotos.com.br e na Rockers Self Garage http://www.rockersmoto.com.br/self-garage/ . E voltei a treinar bastante os exercícios de habilidades na moto, revendo o que aprendi desde 2015 e experimentando outros, inspirada por imagens das seletivas e treinos em diversos países. Na pista do Trinity, ou levando meus cones para algum gramado, às vezes sozinha, outras vezes com amigos com o mesmo sonho de ir à Nova Zelândia.

Voltei a agitar o grupo GS Girls Brasil e convoquei todas as mulheres pilotos de GS para as seletivas, com o lema #Juntassomosmaisfortes. Não deu tempo de organizar treinos, mas a BMW ofereceu um curso especial Rider Training para o GS Trophy na fazenda do Trinity, e mais duas mulheres participaram: a Daiane e a Marinês, ambas com pouca experiência no offroad, mas muita vontade de participar!

A seletiva regional Sudeste brasileira aconteceu em 15-16 de junho, com provas em 3 etapas: estratégia em equipe, habilidade individual na moto própria e habilidade individual na F850GS da frota. As equipes foram sorteadas, e eu e meus companheiros da equipe “13” fomos mal na prova de estratégia no sábado durante o dia – nos desnorteamos com muita afobação e pouca estratégia. Na prova noturna na moto própria, eu precisaria de um resultado além do mediano que desempenhei (acho que fui a única mulher a completar a prova sem estourar o tempo, mas outros tantos pilotos fizeram tempos bem menores) para somar a pontuação necessária para me qualificar para participar da prova no circuito. Havia 50 inscritos e somente os 40 melhores poderiam participar no domingo. Acabei ficando em 45º lugar na geral, e assim impedida de fazer o circuito no domingo.

O espírito GS Trophy!

Ainda bem que pude ter uma experiência gratificante de espírito de equipe. Eu e a Daiane pedimos com antecedência à organização um banco baixo para uma das motos. Concordaram com a solicitação, mas o banco não foi providenciado. Então pedi ao Sergio Dias, mecânico da prova, que retirasse o banco de uma das motos para eu mesma rebaixá-lo. Ele se lembrou do meu perrengue em 2015 com a F800GS na seletiva em Brotas, e se dispôs a ajudar! Peguei meu estojo de ferramentas, e com tesoura, alicate e estilete, e auxílio dos amigos Claudio Amaral e Zé Américo Fiorillo, fizemos um mutirão de rebaixamento artesanal, retirando espuma em pontos estratégicos para afinar e rebaixar sem perder toda a ergonomia e conforto. O acabamento não ficou “premium”, mas cumpriu a função de auxiliar não só as mulheres, mas vários outros pilotos na prova que optaram por usar esse banco!

Das 4 mulheres inscritas, 3 passam para a final, que será em setembro: Daiane, Cinthia e Marinês disputarão as 2 vagas para a final na Espanha com as demais classificadas nas outras 2 seletivas regionais (em cada seletiva passam 3 mulheres). Não houve provas específicas para as mulheres e a pontuação nas provas foi computada considerando todos os inscritos. Apesar de toda a minha bagagem, paixão, dedicação, treinos e incentivo para a participação feminina, eu mesma acabei ficando de fora. Obra do destino, e uma grande frustração não poder entrar na festa para a qual convidei tanta gente, mas sempre lembrarei com muita alegria desse momento de união! E assim sigo em frente, sempre preparada para uma nova oportunidade!

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